sábado, 2 de maio de 2009

Decadência da musica Brasileira


Começarei esse texto fazendo uma retrospectiva do trajeto musical no Brasil. Antes de sua colonização, o Brasil, tendo seu povo natural indígena, começava a dar inicio aos acordes produzidos através de instrumentos rudimentares. No início da colonização, onde a cultura dos portugueses foi introduzida à nossa, o ritmo começou a ficar influenciado pelos povos estrangeiros, sendo eles europeus ou africanos, com características tanto nacionais como internacionais. Com o passar do tempo vários estilos musicais foram introduzidos à nossa cultura, como o tango, a valsa e outros diversos. Alguns gêneros oriundos de culturas estrangeiras acabaram se abrasileirando e tornando-se artefato exclusivo da nossa parte cultural.

Veio o Chorinho, o samba e a festa que é o carnaval, o contato corporal do baião, a Bossa Nova, sofisticada, renovadora e ao mesmo tempo suave, a jovem guarda que revolucionou o cenário musical do Brasil, com influências do rock internacional, o funk. Chegou a era mais influenciada por estilos internacionais, o rock, o punk, metal. Surgiu a música sertaneja, o country, o frevo, o rap, o reggae, o axé, e muitos outros derivados. Enfim, não podemos deixar de ressaltar que o Brasil, no decorrer de sua história, sofreu demasiadas influências internacionais introduzindo na sua cultura musical ritmos de todos os tipos e gostos.

Já fiz a retrospectiva, agora vou começar a dizer tudo aquilo que as pessoas estão ou não acostumadas a ouvir. Diante de todas essas influências, de toda a evolução tecnológica e mental decorrente em todo o mundo, as transformações musicais foram cada vez mais visíveis na sociedade brasileira. Mais visível ainda foi a rapidez de como tudo isso aconteceu, é você olhar pra trás e se dar conta de como tudo se transformou assim, de uma hora pra outra, o que antes era apreciado na nossa música hoje em dia é tratado com desprezo por muitos jovens atuais. Músicas inteligentes, com caráter histórico, com um instrumental deslumbrante, muitas vezes abrangendo temas marcantes da atualidade, de protesto, foram substituídas por letras, muitas vezes, com um caráter totalmente diferente do que era antes, aconteceu uma regressão musical. O que acontece é que tudo isso foi muito mal substituído! É inacreditável seus pais estarem escutando Cartola e você declarar como inaudível, música de velho, colocar na 96 FM e escutar a banda Calcinha Preta, veja bem, tocar. É delirante você ouvir seu pai escutar Cálice da autoria de Chico Buarque e dizer que a letra é horrível, sem sentido, não tendo ao menos a noção do que você está dizendo (sim, eu fiz isso há alguns anos atrás). É você ter o desgosto de passar na rua e ouvir a todo o tempo músicas com melodias iguais às outras, com letras iguais às outras, com estilos igual aos outros. É você ligar a tv no dia de domingo e ouvir os mesmos cantores sempre, sim, aqueles que cantam “pega na bundinha”, “meu amor vem requebrar”, “eu te amo e não vou te deixar”.

E dá um desgosto sabe, você olhar pro passado e ver o quanto tudo era mais bonito, diferente, e o pior, o que era pra ser um exercício físico e mental, hoje está resumido para físico apenas. O mental se dissolveu nas águas do passado, foi completamente esquecido. O que temos hoje? Ritmos musicais aonde os jovens precisam de drogas ilícitas para dançar a noite toda, para se “divertir” com os tais dos sons computadorizados.

Tuntz tuntz, esse é o som do futuro. Tudo o que hoje é passado amanhã não vai ser mais. A nossa MÚSICA vai ser esquecida pelos novos jovens como já está sendo. Chico Buarque, Cássia Eller, Raul Seixas, Rita Lee, Cartola, Jorge Ben, Djavan, Emílio Santiago. Quem foram eles? Ah, não sei, deve ser música de velho, a nova onda são as mulheres lindas de peito e traseiro grande cantando e dançando e, claro, aquela velha musiquinha internacional. Essa vai ser a resposta. Cadê as poesias musicais? As melodias bem elaboradas? As músicas de protesto? Cadê a cultura nacional? Cadê? É...e como Renato Russo já dizia: “Geração Coca-Cola”.

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